domingo, 6 de agosto de 2017
Livros Didáticos de História
Livros
Didáticos
de História
Produção, circulação, consumo e utilização na
sala de aula.
•
A formação recebida na universidade não estaria alterando a forma como os futuros professores
concebem o ensino de História.
•
Buscam referências em manuais didáticos,
nos antigos livros e, principalmente, na forma como seus professores do ensino
fundamental e médio atuavam.
•
Força da cultura escolar –
passa-se onze anos estudando do mesmo jeito.
FUNÇÃO DOS
PROFESSORES
•
“A escolha do LD tornou-se
algo inerente à função docente. Trata-se de um ato pelo qual devem vir à tona os princípios teórico-metodológicos adquiridos no
decorrer do curso de licenciatura desse profissional e de sua formação em serviço.” (TIMBÓ, p. 62)
•
“A quase totalidade dos
entrevistados não tem informações a respeito do processo de avaliação dos livros, desconfia do Guia, e o consulta de forma
absolutamente acessória, quando o faz.” (Luca, Sposito e Christov, 2006, p. 104)
PROGRAMAS
•
PNLD
•
PNLEM
•
Desde 1995: avaliação com apoio de especialistas do mundo acadêmico.
•
Os LD’S “estabelecem grande parte
das condições materiais para o
ensino e aprendizagem nas salas de aula de muitos países através do mundo”. (Apple, 1995, p. 81)
•
Nos EUA, 75% do tempo em
sala de aula é gasto no trabalho com LD’s e 90% do tempo de estudo em casa também. (Apple)
Critérios
•
Formação / Construção da cidadania.
•
Atualidade das
metodologias de aprendizagem.
•
Qualidade da construção de pensar historicamente dos alunos.
História do Livro
•
Os livros foram os
primeiros produtos feitos em série.
•
Desde o século XVII “a palavra impressa,
principalmente aquela registrada na forma de livros científicos ganharia um estatuto de verdade.” (p. 36)
Enculcação X Interação.
Ensino
Tradicional
•
Transmissão de conteúdos
•
Amálgama de tendências e práticas pedagógicas que chegaram ao país com a estruturação
escolar organizada pelos jesuítas.
•
Ênfase na recuperação e memorização de informações.
•
Behaviorismo – O desenvolvimento se faz por condicionamento, hábitos e repetição (…) A aprendizagem é uma
reação a estímulos externos (GAUTHIER
e TARDIF).
Livro
tradicional
•
Reduz os conteúdos históricos à mera memorização de
informações, muitas vezes destituídas de qualquer sentido para os alunos.
•
Respostas objetivas – verdadeiro ou falso, escolha de alternativas, completar
palavras em frase, ligar colunas, dentre outros.
•
Cite, preencha lacunas,
escreva nomes, copie informações do texto.
•
Respostas prontas para o
professor.
Construção ativa
•
– valoriza a participação ativa do aluno, a autonomia do professor, a criatividade e
a variedade de procedimentos didáticos
para a aprendizagem e conhecimentos significativos.
•
Para o senso comum, o
aprendiz acumula conhecimentos; para os construtivistas e sócio-interacionistas, o aprendiz constrói seus conhecimentos em interação com o meio: ele é um
criador de conhecimentos.
•
A ação de aprender é intrínseca a quem aprende.
Psicologia
cognitiva
•
Piaget – Processos mentais que possibilitam o conhecimento – ação das estruturas mentais
e biológicas, em interação com o meio, na elaboração do
conhecimento.
•
“(…) Piaget sustenta que nossas estruturas mentais não são imóveis e inatas. Ele propõe uma
visão construtivista e evolutiva de nossas estruturas mentais e
do conhecimento. Ele considera que o conhecimento não é jamais um simples
reflexo do mundo exterior e que ele é
constituído, elaborado,
transformado e adaptado pela atividade do sujeito em interação com o meio.” (GAUTIER E TADIF).
•
Vygotsky – Maior ênfase no meio social – para passar a assumir como seus, os dados da realidade
apreendidos pela aprendizagem.
•
Livros didáticos que trabalham com fontes, investigações e pesquisas.
Superar
visões
simplistas e maniqueístas
sobre o LD.
Visão positiva
•
Crença na força do livro escolar como
peça importante na viabilização dos
projetos educacionais.
•
Partindo da idéia de que “um livro lido é um livro apropriado que induz a novos hábitos.”
•
– “Cabe ao livro didático
desempenhar um duplo papel: um papel social, ao contribuir para a formação da cidadania (…) um
papel pedagógico, ao garantir a
veiculação de conceitos e informações corretas e, (…)
fornecer ao professor subsídios para o aprimoramento
de sua prática docente”. (PNLD)
VISÃO NEGATIVA
•
DEPENDÊNCIA DO PROFESSOR
•
ASPECTOS IDEOLÓGICOS – expressão da classe dominante.
Para
além
da análise
ideológica
•
“Inventar nunca foi, por
certo, um gesto de exclusiva vontade na medida em que ninguém manipula só, nem simboliza por si e
isoladamente. Na verdade, sem uma ‘comunidade
de sentidos’ não há interpretação que deite raízes ou
modelo que se aprofunde.” (SCHWARCZ, p. 10).
Histórico
•
Décadas de 80 e 90 –
tentativa de ruptura com tradições de ensino de história que remontam sua origem na primeira metade do século XIX.
PERMANÊNCIAS
•
A constituição da sequência canônica de conteúdos, com raízes do século XIX compõe o núcleo pouco permeável de informações/conhecimentos
sobre a qual as modernizações acabam por gerar apêndices e não uma transformação intrínseca ao modo de
selecionar conteúdos e contar a história do Brasil. (Cerri)
•
“(…) O conteúdo veiculado é basicamente o mesmo das obras de 1940 e 1950, apenas
acrescido de novas informações, ou pior ainda, em
nome da modernidade o conteúdo é restrito e empobrecido.” – Glezer.
•
“[os novos livros didáticos] valeram-se de uma história consolidada, com seus temas, períodos e personagens bem assentados, mas invertendo-lhes o
significado ou reorganizando-os mediante
certos conceitos como modo de produção (...)
a história do vencedor com
sinais trocados, continua sendo a história do
vencedor”. (MUNAKATA, 2001, p.
293)
MUDANÇAS
•
Os editais do PNLD
cumprem um papel pedagógico e disciplinador para
o mercado editorial. (CERRI, 2008)
LIMITES
•
Os limites para composição do livro didático são muitos e entre eles encontramos:
•
o currículo
prescrito ou oculto,
•
a tradição escolar,
•
o espaço gráfico (tamanho da página, tamanho do livro) e
•
o público alvo: avaliadores acadêmicos, professores da rede pública e alunos (faixa etária,
condição social, etc.). (MORENO, 2008)
•
A primeira demanda de um
autor ou autora de livro didático é a necessidade de ter leitores.
•
Acessível a um grande contingente populacional – aliar preço à qualidade de impressão e de
encadernação.
•
A equipe da editora parte
de dados ou de representações sobre o público desse livro.
Produtos
manufaturados, comercializados e consumidos;
•
O que importa não é a ideologia contida no
livro e sim a sua aceitação no mercado. (Munakata,
1994, p. 20)
•
“É o tal negocio: o livro é uma mercadoria e por mais que a gente tenha uma proposta
pedagógica, ele é uma mercadoria e o
editor lança aquilo que vai vender.” (FARIA; BERUTTI, 1997, p. 120-121)
FORMA
•
A Forma de organização é menos pedagógica do que mercadológica.
•
Título, ilustração, papel.
Equipe
editorial
•
“Façam o que fizerem, os autores não escrevem livros. Os livros não são de modo nenhum
escritos. São manufaturados por
escribas e outros artesãos, por mecânicos e outros engenheiros, e por impressoras e outra máquinas.” - Stoddard, apud Chartier.
•
A forma direciona o
leitor em sua apropriação da palavra escrita – elementos que incitam o consumo.
•
Chartier – distinguir o texto manuscrito do impresso –leituras que podem não estar
de modo algum em conformidade com as pretendidas pelo autor.
LDB
•
‘Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada em
cada sistema de ensino e estabelecimento escolar por uma parte diversificada,
exigida pelas características regionais e locais
da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
•
(…) Parágrafo 4 º. O ensino da história do
Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia. (LDB, art. 26)
Livro
oficial x mercado livre
•
“As ações desenvolvidas por representantes institucionais devem
possibilitar a pluralidade de ideias e concepções pedagógicas,
evitando políticas autoritárias que possam levar, por exemplo, à confecção pelo
Estado de livros únicos, conforme a
disciplina e a orientação político-ideológica do
governo estabelecido no poder”
(GATTI).
•
LD gratuito é
conquista brasileira, dinheiro público
na escola e política de inclusão. Informar-se sobre as políticas públicas educacionais é também um modo de defender
esses ganhos políticos da maior parte da
população nas últimas duas décadas dessa nossa centenária República. (OLIVEIRA, 2007)
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