Resumo
Este artigo tem por objetivo apresentar alguns apontamentos e reflexões
em torno da nossa experiência com a formação de professores de História, entre
os anos de 1998 e 2008, especialmente como professor de Metodologia do Ensino
de História na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e, mais recentemente, na
Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). A argumentação parte da
constatação de que o peso da tradição escolar, ou melhor, de uma cultura
escolar que estabelece, antes de tudo, ‘o que, como e porque’ se
estuda, permanece sendo um grande desafio a enfrentar por aqueles que trabalham
com o ensino de História. Neste sentido, a História escolar que
se propõe a fazer uma ampliação qualitativa daconsciência histórica (que,
para o historiador e filósofo alemão Jörn Rüsen, é inerente à ação humana no
mundo) vê-se confrontada, constantemente, com questões que giram em torno de
como melhorar a relação que os estudantes desenvolvem com o saber histórico, na
direção da construção de estruturas históricas úteis para se orientar no tempo.
É nesta perspectiva que propomos que a formação de professores deve estar
atenta à trajetória percorrida por crianças e adolescentes durante todo o
processo de escolarização (Ensino Fundamental e Médio). O objetivo central é
pensar a possibilidade de se construir estratégias, especialmente para a
segunda fase do Ensino Fundamental (6o ao 9o ano),
que guardem alguma relação plausível com a maturidade cognitiva ou
sócio-cultural dos alunos. A preocupação com a progressão do pensamento
histórico dos estudantes do ensino fundamental nos impõe construirmos
metodologias que possibilitem, no avançar de uma série (ou ano) para outra,
rearticular os conceitos e as habilidades desenvolvidos, acrescentando novos
saberes, estabelecendo, assim, uma espiralidade do
conhecimento e possibilitando uma ampliação da sua ‘consciência histórica’.
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