sexta-feira, 10 de junho de 2016

DIDÁTICA DO ENSINO DE HISTÓRIA Conteúdo da aula de 09/6

A IDEIA DE NAÇÃO

MODERNIDADE IDENTIDADES

 

  “É o permanente revolucionar da produção, o abalar ininterrupto de todas as condições sociais, a incerteza e o movimento eternos... Todas as relações fixas e congeladas, com seu cortejo de vetustas representações e concepções, são dissolvidas, todas as relações recém-formadas envelhecem antes de poderem ossificar-se. Tudo que é sólido se desmancha no ar...” (Marx e Engels, 1973, p. 70).

 

CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES

Identidade Nacional

Cultura homogênea em toda a população.

um “nós” coletivo, torna-se um elemento de identificação onipresente a impregnar a vida social.

 

Unificação

Estado - política

Nação - cultura

 

Nação

  representações já consolidadas.

  fundamento para mobilização política e ideológica.

  fatores emocionais e afetivos como a segurança, as certezas, as esperanças e, até mesmo, a fé.

  elo explicativo para a relação entre o passado, o presente e o futuro.

 

Comunidades Imaginadas

  Por quem?

  Imaginário

  o sentido da identidade não é o espaço do aleatório,

  Parte de um universo cultural reconhecível e compartilhado (...)

  seu “sucesso” está ligado a uma comunidade de sentidos e à possibilidade de serem [os símbolos que estruturam os discursos identitários] ao mesmo tempo, inteligíveis e partilhados (SCHWARCZ, 2003, p. 384).

 

intelectuais-pedagogos.

 

  foram os intelectuais que propuseram e elaboraram os conceitos e a linguagem da nação e do nacionalismo (SMITH, 1997, p. 119) ao menos em sua versão mais visível.

 

Continuidade no tempo

 

  a emergência da historiografia no século XIX, especialmente preocupada com a questão da nação, é aspecto central para a consolidação política e simbólica dos Estados-nação.

 

representações fundadoras

  a) as primeiras representações que o país recebeu, reforçadas (no caso das imagens “positivas”) no momento do empenho na construção da identidade nacional dentro dos ideais românticos;

  b) são fundadoras as representações que evocam um evento de fundação, onde se definiriam as características básicas da nação a se perpetuar no tempo.

  A invenção do “Brasil”

  De tal forma estas representações se enraízam que as construções discursivas que intentam superá-las têm forçosamente que negociar sentidos com elas.

 

mito fundador

  Chauí investe inclusive na acepção psicanalítica do mito, tomando-o como “impulso à repetição de algo imaginário que cria um bloqueio à percepção da realidade e impede lidar com ela”.

 

DISCURSO FUNDADOR

  “vão nos inventado um passado inequívoco e empurrando um futuro pela frente (...) nos dão a sensação de estarmos dentro de uma história de um mundo conhecido.” (ORLANDI, 2001. p. 12).

 

PERMANÊNCIAS

  na mídia, nos movimentos culturais e sociais, nas campanhas do Estado e no imaginário da população.

  núcleo duro de representações: democracia racial, a sociedade harmônica, as grandezas naturais, a representação homogênea da nação.


Pesquisas de opinião

  há uma representação homogênea do país expressa na crença generalizada do Brasil como:

¡ Gigante pela própria natureza (paraíso);

¡ possuidor de um povo pacífico, ordeiro, generoso, alegre e sensual, mesmo quando sofredor;

¡ um país sem preconceitos, que desconhece discriminação de raça e de credo;

¡ um país acolhedor ... (CHAUÍ, 2000, p. 8).

 

500 anos

  Preparativos para a festa, organizados e liderados pela maior emissora de televisão do país, a Rede Globo, junto com o Ministério do Turismo.

  Contra-discurso representado pelo movimento “Brasil: outros 500”.

  Protestos das populações indígenas e afro-brasileiras.

  Fracasso do evento “pra estrangeiro ver”.

 

Resistência

  Eficácia simbólica do discurso da homogeneidade nacional

  imagem do país que se confundia com a de um "paraíso tropical", a de uma "terra dadivosa".

  marcada pelo "pacifismo de um povo”,

  não traduziria mais as expectativas de significativas parcelas da população.

 

Dissolveu-se como a fumaça das bombas de gás lacrimogêneo.

  O símbolo da festa [dos 500 anos do Brasil] (concórdia entre povos e nações, unidade apesar das diferenças, apagamento das violências históricas).


  A violência como componente intrínseco da construção nacional (expulsão, extermínio e escravidão de índios, escravidão de negros, exploração violenta dos pobres) ficou exposta como uma fratura (CERRI, 2006, p. 7).

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