sexta-feira, 3 de junho de 2016
Aula de 02/6/2016. Didática do Ensino de História.
AS
IDENTIDADES E O PASSADO
terreno
de enfrentamentos.
EM
BUSCA DE IDENTIDADES
•
Em que momento da história da humanidade
não foi enormemente difícil lidar com toda e qualquer diferença social, étnica
ou cultural?
Nova “política das diferenças”: de gênero, de etnia, de
classe, e de religião (exige-se o reconhecimento de cada identidade).
A conciliação de pluralidades pode resultar em um importante
déficit de sentido (Carretero).
o passado tornou-se, em função de memórias concorrentes,
objeto de interesse e de uso político de muitos grupos, independentemente da
ação ou explicação dos historiadores.
FORMAÇÃO DAS IDENTIDADES
Experiência e horizonte de expectativas
Exercício de poder simbólico
Classificar, caracterizar e falar sobre o “normal” e o
“diferente” significa atribuir, não sem disputas, um sentido ao mundo social.
NA ESCOLA
É preciso superar a prática escolar do multiculturalismo
enquanto “feira das culturas” ou “turismo cultural” (Candau).
¢ Relações
culturais e étnicas estão permeadas por relações de poder. Daí seu caráter
muitas vezes contestador, conflitivo e mesmo socialmente explosivo.
Nas
políticas Educacionais
Brasil
contemporâneo
Convenção da UNESCO de 1960, direcionada ao combate ao
racismo em todas as formas de ensino.
Conferência Mundial de Educação para Todos – Jontien,
Tailândia, 1990 – necessidade de reformas curriculares.
Crítica à globalização: para muitos autores, os artefatos
culturais e os universos simbólicos que se globalizam são ocidentais, e na
maioria, norte-americanos.
A idéia veiculada na escola de um Brasil sem diferenças,
formado originalmente pelas três raças — o índio, o branco e o negro — que se
dissolveram, dando origem ao brasileiro, também tem sido difundida nos livros
didáticos, neutralizando as diferenças culturais e, às vezes, subordinando uma
cultura à outra. Divulgou-se, então, uma concepção de cultura uniforme,
depreciando as diversas contribuições que compuseram e compõem a identidade
nacional (BRASIL p. 126).
Não problematiza a cultura branca, européia, ocidental.
A “sociedade normal” e os outros – negros, índios, etc.
As outras culturas continuam sendo tratadas como exóticas,
embora se postule que não sejam inferiores.
Tolerância.
Está em jogo uma leitura da escravidão, de suas heranças e
das relações “raciais” na atualidade.
Legislação
Lei nº 11645, 10 de março de 2008 – Povos Indígenas
SUPERAÇÃO
a do negro visto apenas como escravo
• a da África como um
continente primitivo
• a de que o negro foi
escravizado porque era mais dócil, menos rebelde que os indígenas
• a da democracia racial
Esses
efeitos se revelam na chamada “discriminação estrutural” espelhada nas abismais
desigualdades sociais entre grupos dominantes e grupos marginalizados.” Joaquim
Barbosa, Ministro do STF.
Barreiras “artificiais e invisíveis”.
Bem como em virtude das políticas explícitas ou tácitas de
branqueamento da população, de manutenção de privilégios exclusivos para grupos
com poder de governar e de influir na formulação de políticas, no pós-abolição.
Ações Afirmativas
As ações afirmativas buscam agir preventivamente, atingindo
mecanismos discriminatórios historicamente enraizados na sociedade.
Ações Afirmativas
“Há
que se ampliar o foco da vida política em sua dinâmica, cobrindo espaço
histórico que se reflita ainda no presente, provocando agora desigualdades
nascentes de preconceitos passados, e não de todo extintos. A discriminação de
ontem pode ainda tingir a pele que se vê de cor diversa da que predomina entre
os que detêm direitos e poderes hoje”. Carmen Lúcia Antunes Rocha – Ministra do
STF
Calar as diferenças não representa um ato de cuidado ou de
respeito, mas sim a falta de reconhecimento do outro. A omissão e o silêncio
significam a discriminação tanto quanto a marcação ou o assinalar do outro, e
ambos têm a mesma conseqüência: a exclusão do diálogo.
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